É fácil imaginar o escândalo provocado hoje por algumas idéias na sociedade do início do século XX. Neste momento histórico, predominava uma concepção de infância associada a uma aura de pureza, inocência e ingenuidade. A criança deveria ser protegida dos ditos "segredos adultos", como aqueles relativos à violência e ao sexo. E se definia, justamente, pelo não conhecimento desses "segredos". Em outras palavras, as crianças eram consideradas crianças uma vez que não sabiam de coisas que só os adultos sabiam, pela experiência ou pela leitura de livros escritos por outros adultos. Em oposição, os adultos, detentores deste saber proibido às crianças, seriam aqueles com a função de orientá-las e discipliná-las.
Para agravar a situação, de alguns anos para cá, a programação televisiva, pelo menos no Brasil, tem exibido com maior freqüência os tais "segredos adultos", em horários que teoricamente obedecem a uma censura imposta pelo Ministério da Justiça. Apenas teoricamente. Na prática, o sexo aparece na TV a qualquer hora do dia - ainda que implícito e sutil: nas dançarinas de biquíni que rebolam no cenário dos programas de auditório.
Crianças assistem a novelas e telejornais. Adultos assistem a programas infantis. Ao perceberem este fato, as emissoras televisivas passaram a veicular propaganda de produtos "para adultos" nos intervalos de programas infantis. Propagandas de cerveja com mulheres sensuais e seminuas. Chamadas de novelas, num trailer de cenas picantes.
Por outro lado, tem proliferado também, em diferentes horários, a quantidade de propagandas que falam diretamente à criança. Isso se explica por um fenômeno recente de incorporação da criança à sociedade de consumo: de filha do cliente, ela ascendeu ao status de cliente. E já pode desejar e consumir produtos como a “sandalinha” da Carla Perez, ou as roupas da grife lançada por ela, CP Girls, nos moldes da grife de Xuxa, O bicho comeu. Na TV, a criança assiste ao Festival de Desenhos da Rede Globo. Na rua, depara-se com a foto da apresentadora, nua e numa pose sexy, no outdoor que anuncia a revista Playboy. (Aliás, Carla Perez e Xuxa também já posaram nuas para a foto de capa da mesma revista...).
As conseqüências desta situação se evidenciam na própria mídia. No programa do Gugu, crianças imitam o grupo É o tchan, em coreografias insinuantes e dublagens de letras de música do tipo: "Tá de olho no biquinho do peitinho dela...". Na vida, meninas escolhem para fantasias de carnaval o figurino sensual de ‘Rebeldes’, Tiazinha, ou outros símbolos sexuais televisivos. Porém, estas não são as manifestações mais preocupantes da erotização infantil. O pior é saber que, atualmente, no Brasil, já é significativo o número de meninas que, mal ficam menstruadas, iniciam-se na vida sexual propriamente dita: no Censo de 2000, o IBGE inclui, pela primeira vez, a faixa etária de 10 a 14 anos nas suas estatísticas de maternidade.
Para agravar a situação, de alguns anos para cá, a programação televisiva, pelo menos no Brasil, tem exibido com maior freqüência os tais "segredos adultos", em horários que teoricamente obedecem a uma censura imposta pelo Ministério da Justiça. Apenas teoricamente. Na prática, o sexo aparece na TV a qualquer hora do dia - ainda que implícito e sutil: nas dançarinas de biquíni que rebolam no cenário dos programas de auditório.
Crianças assistem a novelas e telejornais. Adultos assistem a programas infantis. Ao perceberem este fato, as emissoras televisivas passaram a veicular propaganda de produtos "para adultos" nos intervalos de programas infantis. Propagandas de cerveja com mulheres sensuais e seminuas. Chamadas de novelas, num trailer de cenas picantes.
Por outro lado, tem proliferado também, em diferentes horários, a quantidade de propagandas que falam diretamente à criança. Isso se explica por um fenômeno recente de incorporação da criança à sociedade de consumo: de filha do cliente, ela ascendeu ao status de cliente. E já pode desejar e consumir produtos como a “sandalinha” da Carla Perez, ou as roupas da grife lançada por ela, CP Girls, nos moldes da grife de Xuxa, O bicho comeu. Na TV, a criança assiste ao Festival de Desenhos da Rede Globo. Na rua, depara-se com a foto da apresentadora, nua e numa pose sexy, no outdoor que anuncia a revista Playboy. (Aliás, Carla Perez e Xuxa também já posaram nuas para a foto de capa da mesma revista...).
As conseqüências desta situação se evidenciam na própria mídia. No programa do Gugu, crianças imitam o grupo É o tchan, em coreografias insinuantes e dublagens de letras de música do tipo: "Tá de olho no biquinho do peitinho dela...". Na vida, meninas escolhem para fantasias de carnaval o figurino sensual de ‘Rebeldes’, Tiazinha, ou outros símbolos sexuais televisivos. Porém, estas não são as manifestações mais preocupantes da erotização infantil. O pior é saber que, atualmente, no Brasil, já é significativo o número de meninas que, mal ficam menstruadas, iniciam-se na vida sexual propriamente dita: no Censo de 2000, o IBGE inclui, pela primeira vez, a faixa etária de 10 a 14 anos nas suas estatísticas de maternidade.